Ilha das Flores | Dias 6,7 e 8

29-04-2021

Tenho experienciado desde muito cedo uma certa dificuldade com a continuidade de alguns projectos. Se, por um lado, a música flui fácil e frequentemente na minha vida, por outro, a fotografia, o vídeo e até o texto aparenta não fluir da mesma maneira. A Ilha das Flores tem-me mostrado coisas fabulosas, coisas que quero fotografar, mas que muitas vezes me pedem apenas para estar, contemplar, viver sem lente, sem telemóvel. Ontem dei por mim a contemplar a água, num lago e nas cascatas que o rodeiam (quem cá esteve saberá qual é, quem ainda não esteve terá aqui neste blog em breve um registo) e, sentindo aquela natureza tão vida, a vibração das quedas de água nos meus pés descalços na lama, ouvindo toda a vida em meu redor, peguei na guitarra para tocar um tema que anda aqui a nascer. Estranhamente senti que perdi a conexão com aquele vibrar da terra, com o piar dos pássaros, o fundo sonoro das quedas de água... Não que isso estivesse errado, mas naquele momento a música foi uma distração no lugar de ser apenas uma extensão do momento. Pousei a guitarra e continuem a cantar com a Terra. Dentro de mim a música pedia silêncio, espera, paciência e contemplação. Sinto muitas vezes que em vez de tentar ser, prefiro apenas estar. Estar permite-me Ser muito mais.

Tudo acabou por fluir. Esta quarta página do diário mostra como nos dias 6, 7 e 8 da nossa viagem, houve menos espaço para a fotografia e até mesmo para a navegação na internet. Fica um registo fotográfico breve, mas com um vídeo especial, do nosso passeio à Fajã de Lopo Vaz, filmado pelo Rui Miguel Aires, e com uma música cheia de vida e sopros, a que a Carla Natário chamou de Viajante.

Vídeo e Música - 25 de Abril 2021

Foto Jornal - 24, 25 e 26 de Abril 2021

Ilha das Flores | Dia 6,7 e 8
2024 João Svayam
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